Nos últimos anos foram vistos uma série de avanços tecnológicos, que impactaram diretamente a forma como as equipes de marketing desenvolvem seus projetos e direcionam suas verbas.
Dados coletados pelo mais recente relatório da consultoria Nielsen sobre “Comparação de Métricas” revelam a importância das mídias digitais na vida das pessoas, tendo em vista que 4,1 milhões de vídeos são assistidos diariamente no Youtube, 1.8 Snaps (nome dado às postagens na rede social Snapchat) são criados e 15 mil Gifs são enviados por mensagens.
Como reflexo disso, cada vez mais as equipes de marketing têm se cercado de agências e consultorias de marketing digital focadas na criação de estratégias e na interação com o consumidor no ambiente online, pois as empresas têm percebido que aí está uma maneira mais eficiente de chegar a um consumidor cada vez mais conectado e desvinculado da propaganda tradicional.
Entretanto, influenciada pela tecnologia que está em constante mutação, novidades surgem no marketing digital a cada dia. Com base nesse recente artigo da BrandWatch “Ask the Experts: Predictions on the Top 10 Marketing Trends for 2018”.
Compartilho com vocês 10 tendências de marketing digital para 2018, de acordo com os principais especialistas globais do setor, e incluo meus comentários de acordo com a minha experiência com marketing digital no mercado brasileiro.
Esta seleção serve como auxílio para que o profissional de marketing saiba onde alocar seu tempo, esforço e, claro, sua verba no próximo ano. Caso queira se aprofundar nesse assunto, sugiro também a leitura do meu artigo: Budget de Marketing para 2018: verba e tendências.
“In 2018, we may see a customer service revolution, as more and more brands turn to bots to handle enquiries and customer interactions.” Matt Navarra
Matt Navarra, Diretor de Social Media da The Next Web, afirma que a utilização de robôs desenvolvidos a partir de comunicação automatizada, conhecidos como chatbots, devem se popularizar ainda mais, e tornar o atendimento ao cliente mais eficiente e barato para as empresas.
Entretanto, ele ressalta que o grande desafio que os profissionais do marketing e os desenvolvedores terão daqui para frente será o de desenvolver robôs verdadeiramente úteis para o público, que o incentive a utilizá-los novamente quando necessário, ou seja, fazer com as pessoas fiquem satisfeitas com as interações com os robôs a ponto de entrarem em contato novamente quando precisarem.
O uso da inteligência artificial tem revolucionado várias áreas, e o marketing digital não é diferente. Já em 2017, vimos um aumento da utilização deste tipo de tecnologia para gerar interação entre marcas e consumidores, sendo que em 2018, essa tendência deve intensificar. Além disso, espera-se que com o tempo esse tipo de ferramenta se torne cada vez mais útil e personalizada, o que deve revolucionar o atendimento ao cliente.
“It is through direct conversations between employees and customers via social that brands will win in 2018.” Tim Hughes
Tim Hughes, Co-fundador da Digital Leadership Associates, explica que há anos as estratégias de social media já fazem parte do planejamento e dos investimentos dos departamentos de marketing. Entretanto, ele ressalta que os prospects e consumidores querem uma relação direta com pessoas, não somente com marcas, sendo que as redes sociais oferecem o espaço e as ferramentas ideias para estreitar essa relação.
Só para se ter uma ideia de como as redes são importantes para se conectar com o consumidor do nosso país, segundo a pesquisa Digital in 2017, Global Overview, o Brasil possui mais de 100 milhões de internautas, sendo que 58% de toda nossa população está presente nas redes. Passamos 8h56 minutos conectados, sendo que 3h43 minutos desse tempo são reservados para as plataformas sociais, em especial, Youtube, Facebook e Instagram, as mais populares em nosso país.
Tendo em vista este panorama, é essencial que qualquer empresa, seja B2B ou B2C desenvolvam estratégias de atuação nas redes onde seu público mais interage.
“The change that a lot of people have missed is the transition from millennials to ‘generation Z’.” Patrik Dholakiya
Segundo Patrik Dholakiya, Co-fundador da E2M, alguns profissionais simplesmente não perceberam a transição da geração dos Millenialls para a Geração Z. Esta geração mais recente, que tem seus representantes entre 22 e 23 anos, estão entrando agora no mercado de trabalho e devem influenciar os negócios nos próximos anos.
Dholakiya pontua que quando o Facebook estourou no mundo, essas pessoas tinham apenas 09 ou 10 anos de idade, e que sua interação maior é com plataformas mais recentes como Instagram e Snapchat. Além disso, ele ressalta que este grupo de pessoas não são fiéis a uma única plataforma e consomem e produzem, basicamente, conteúdo em vídeo.
Enquanto os millenials se apropriaram de ferramentas como os blogs e utilizaram as redes sociais para divulgar o conteúdo produzido nestes espaços virtuais, a Geração Z produz e consome conteúdo para o Youtube e o Instagram. O grande desafio que as empresas devem ter nos próximos anos é o de conseguir desenvolver estratégias para se conectar com este público em todas as plataformas em que ele mais utiliza, além de desenvolver conteúdo interessante e relevante para uma geração que segue, compartilha e ajuda a viralizar aquilo que gosta.
Jason Falls, Diretor de Estratégia Digital, da Cornett explica que as redes sociais abriram um grande espaço para o surgimento de importantes personagens, os influenciadores digitais, que auxiliam as marcas a estreitar vínculos com seus consumidores.
Nos últimos anos, as empresas perceberam que é mais fácil investir em uma parceria ou postagem com um influenciador que tenha um grande número de seguidores e sejam relevantes em determinado nicho, do que apostar em um anúncio e esperar os cliques dos consumidores.
Sendo assim, as marcas devem continuar apostando no mapeamento dos melhores influenciadores para sua marca e trabalhar em parceria com eles, com o objetivo de aumentar a força da marca e o número de vendas.
“More businesses will embrace conversational commerce through the right mix of automated messaging and human interaction.” Mari Smith
O que a Premier Facebook Marketing Expert, Mari Smith, chama de conversational commerce é a tendência que existe na área de relacionamento com cliente em mesclar mensagens automáticas e interação humana.
Segundo ela, mais empresas devem buscar integrar chats a seus websites com a finalidade de facilitar a comunicação entre empresa e público, além de criar uma interação mais personalizada e um atendimento melhor direcionado.
De acordo com Heidi Cohen, Chief Content Officer do Actionable Marketing Guide, as empresas lidam com um público de atenção fragmentada, conectado às mais diversas redes sociais durante quase todo o dia e, que durante esse tempo, é bombardeado por informações.
Segundo ela, passamos, pelo menos, 12 horas diárias consumindo informação, e isso muda a forma de criação e distribuição do conteúdo do marketing.
Focar no CLTV como a chave para o sucesso da métrica permite que o time de marketing concentre suas forças nos prospects e clientes com maior potencial para crescer no longo-prazo.
“Virtual reality will be a primary driver of the social media experience, so watch this development closely in 2018”. Mark Schaefer
Mark Schaefer, consultor, palestrante e autor, lembra que em 2017 o Facebook nos trouxe a ideia de como serão as redes sociais em um mundo em que a realidade virtual estiver mais avançada, por meio do Facebook Spaces.
Segundo ele, esse tipo de experiência deve pautar o futuro das redes sociais, e os profissionais do marketing terão o desafio de construir experiências de imersão em realidade virtual, com a finalidade de conquistar e se relacionar com seus consumidores.
“Greater selectivity on social platforms will be the name of the game for marketeers and brands in 2018” John Hall
John Hall, palestrante e CEO da Influence & Co, fala que nos últimos anos assistimos a uma sobreposição das ferramentas oferecidas pelas diferentes redes sociais, ou seja, o Instagram oferece recursos para a postagem de fotos e vídeos da mesma maneira que o Snapchat. Sendo assim, não faz sentido que uma empresa inclua as duas redes em uma mesma estratégia para sua marca.
Nesse contexto, as equipes de marketing devem se tornar mais criteriosas em relação à seleção em quais redes sociais elas devem estar, levando em consideração quem é seu público-alvo e quais plataformas eles utilizam.
“The new era of CX intelligence will reshape the marketing landscape by finally unifying all the disciplines and practices through data.” Dennis Wakabayashi
Dennis Wakabayashi, Vice President, Digital Marketing and Commerce integration, dain The Inter Group, afirma que agências de marketing digital e empresas se preparam para aproveitar os dados dos clientes já coletados pelo e-commerce e os varejistas para melhorar a Experiência do Consumidor.
As empresas devem, daqui para frente, utilizar os dados disponíveis sobre a jornada de compra de seus clientes, para mapear a experiência do consumidor. Todo esse levantamento de informações, deve pautar o desenvolvimento de um conteúdo melhor direcionado e mais personalizado para cada cliente.
“2018 will see an increased focus on personalization fueled by advances in artificial intelligence” Mel Carson
Mel Carson, CEO e Fundador da Delightful Communications, ressalta a importância do uso das tecnologias ativadas por voz no marketing, e como o crescente avanço e popularização dessas tecnologias deve inserir a inteligência artificial ainda mais no universo do marketing digital.
Entretanto, o especialista ressalta que essas ferramentas necessitam passar confiança e que possuem um bom custo-benefício para que as equipes de marketing se sintam seguras para inseri-las em suas estratégias.
Os especialistas deixam claro que os times de marketing que desejam ocupar um lugar de vanguarda no universo do marketing digital devem investir nos seguintes pontos:
Seguindo, pelo menos, alguns desses passos, você já estará posicionando sua marca para se tornar mais competitiva no futuro.
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